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Bota amarela e casaco azul claro? Você sabe quem é!

Atualizado: 16 de set. de 2021



Por Mirane Marques


Olá, pessoal, aqui estou eu novamente trazendo um pouquinho mais de Tolkien para a sua vida. Hoje vamos falar de As aventuras de Tom Bombadil (2008).

Como livro, a obra foi publicada pela primeira vez em 1962, como uma coleção de poesias, mas como chegamos até aqui? Comecemos do início. Tom Bombadil aparece pela primeira vez em um poema de Tolkien publicado na Oxford Magazine, em 1934. O poema The Adventures of Tom Bombadil é o mesmo que vai iniciar o livro quase trinta anos depois.

Como todos sabemos, em 1954-1955, O Senhor dos Anéis passou a existir como narrativa em nosso mundo e Tom Bombadil estava de volta como o personagem enigmático que ajuda Frodo e os outros hobbits em suas andanças pela Floresta Velha e que nos faz discutir até hoje (eu realmente acho que minha teoria é infalível, mas não vou contar para vocês ainda). Muita gente gostou de Tom, inclusive uma tia de Tolkien, Jane Neave, que pediu para o escritor publicar algo sobre o personagem que ela “pudesse comprar como presente de Natal”. Tolkien, no entanto, achava que não havia muito mais a dizer sobre Tom e resolveu então organizar, em formato de livro, poemas escritos ao longo dos anos, entre eles o mesmo que havia sido publicado na Oxford Magazine. O livro recebeu o nome The Adventures of Tom Bombadil and Other Verses from the Red Book, com ilustrações de Pauline Baynes e contendo dezesseis poemas, sendo o primeiro “As aventuras de Tom Bombadil” e o segundo “Bombadil passeia de barco”. Mas, embora o nome da obra seja este, somente esses dois poemas falam sobre o próprio Tom, os outros quatorze, como disse, são escritos que datam desde a década de 1920.

Tudo muito bonito, certo? Mas estamos falando de J. R. R. Tolkien. Ele não apenas organiza esses poemas em uma obra, não. Mais uma vez, ele se coloca como um tradutor e afirma que, na verdade, essas composições foram encontradas no Livro Vermelho do Marco Ocidental. Isso mesmo! A mesma origem de O Hobbit e O Senhor dos Anéis. O autor inglês, mais uma vez, nos surpreende com sua genialidade e conecta As aventuras de Tom Bombadil com seus trabalhos da Terra-média. Estamos lendo, então, poesia escrita por Bilbo, Frodo, Sam, Merry e Pippin. Temos poemas sobre trolls e olifantes e, quem diria, um poema em minha homenagem! (Óbvio, isso não é verdade, mas o poema chama “Princesa Mi” e eu inventei isso na minha cabeça, não me conteste!). Há também composições sobre aquilo de que já falamos, visitas de mortais ao Reino de Feéria, sobre gatos e sobre o nosso conhecido, o Homem da Lua.

Em 1997, The Adventures of Tom Bombadil foi publicado em Tales from the Perilous Realm e, em 2014, surgiu uma edição estendida, editada por Wayne G. Hammond e Christina Scull, contendo versões anteriores dos poemas, nova introdução e comentário, e mais alguns textos complementares.

Já no Brasil, até agora, temos apenas uma edição, As aventuras de Tom Bombadil (2008), da editora Martins Fontes; embora, imagino eu, uma edição da Harper Collins Brasil esteja a caminho. Na edição existente temos capa ilustrada por John Howe e o livro é dividido em três partes: há uma tradução de William Lagos e também uma de Ronald Kyrmse, assim como o original em inglês no final. Achei um formato bem interessante, temos um especialista em poesia, Lagos, e um especialista em Tolkien, Kyrmse, nos oferecendo duas traduções distintas em um mesmo livro e, pessoal, traduzir poesia é muito, muito difícil. No final, se você lê em inglês, pode ler no original, mas é muito interessante ler as duas traduções e notar as diferenças.

Bem, então é isso. Se você gosta de poesia e Tolkien, esta é uma ótima leitura, que recomendo muito! Só tome muito cuidado para não se perder ao ouvir “O sino marinho”.


 
 
 

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