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O Silmarillion: A mitologia da Terra-média

texto por Mirane Marques

Olá, pessoal! Eu voltei para falar de um assunto muito especial! Ontem, dia 15 de setembro foi aniversário de publicação de O Silmarillion!!! Quarenta e quatro anos atrás o nosso mundo tomava conhecimento da criação do mundo mais fantástico de todos: a Terra-média. A intenção de Tolkien era ter publicado O Silmarillion junto com O Senhor dos Anéis, na década de 50, mas seus editores acharam o projeto inviável e, por isso, só

tivemos o prazer de conhecer a origem de Ëa vinte anos depois, após o falecimento de

Tolkien.


Mas o que é O Silmarillion? Bem, vamos tentar explicar, embora seja difícil

descrever a grandiosidade desta obra. Os primeiros rascunhos do que viríamos a

conhecer como O Silmarillion aparecem por volta de 1925, mas alguns conceitos e

personagens são anteriores a isso, por volta de 1917, quando Tolkien ainda servia seu

país durante a Primeira Guerra Mundial. A história foi se desenvolvendo e, acho que

podemos dizer, tomando conta da mente do escritor inglês e, em 1937, quando O Hobbit

foi publicado, encontramos pistas de um mundo antigo na história de Bilbo. Com o

sucesso do livro, os pedidos para mais contos sobre hobbits e elfos e anões cresceram e

Tolkien viu uma oportunidade de introduzir seu mundo ao público, mas seus editores

achavam as histórias muito sombrias e só queriam saber sobre Bilbo e Valfenda, nada

muito trágico. Mas... eles não contavam com infinita criatividade de Tolkien que, ao

escrever O Senhor dos Anéis, nos deixou vislumbres de Eras antigas, inimigos

poderosos e guerras catastróficas. Quem, agora, não queria saber mais sobre Elrond e os

elfos? Ou a origem do sol e da lua? A queda do Reino de Númenor, que deu origem aos

Reinos de Arnor e Gondor na Terra-média? Ninguém! Todo mundo queria saber mais e

mais sobre esse lugar maravilhoso com seres extraordinários.

Lembro quando terminei O Senhor dos Anéis pela primeira vez. A tristeza, a

saudade! Não queria me despedir daquele mundo de jeito nenhum e então descobri que

havia mais. Havia um vilão pior que o Sauron! E guerras maiores que a Guerra do Anel

e elfos poderosos que viviam com os anjos de Deus!!! Nossa! Uma das maiores alegrias

da minha vida. Mas Tolkien não conseguiu terminar todas as histórias e muitas delas

tinham várias versões e, em 1973, com a morte do autor, Christopher Tolkien assumiu a

responsabilidade de organizar o material e nos apresentar uma narrativa mais ou menos

coerente. E ele continuou trabalhando, nos dando além de O Silmarillion, Contos

Inacabados, The History of Middle-earth (A História da Terra-média, uma coleção de


12 volumes com material sobre toda a criação das grandes obras de Tolkien e que, acho,

está finalmente sendo traduzida para o português) e, mais recentemente, Os filhos de

Húrin, Beren e Lúthien e A Queda de Gondolin, coincidentemente três das principais

histórias de O Silmarillion.

Mas, afinal, o que é O Silmarillion? Em uma palavra, para mim: perfeição! O

Senhor dos Anéis é muito significativo, pois foi como fui apresentada à Terra-média,

mas meu livro preferido do Tolkien é, com certeza, O Silmarillion. O nome

“silmarillion” é Quenya e significa “sobre as silmarils”, sendo as silmarils as joias

criadas por Fëanor. O livro leva esse nome porque a maioria dos acontecimentos gira

em torno da criação, roubo e recuperação do tesouro dos Noldor, que continham a luz

das Árvores de Valinor.

O livro é dividido em cinco partes: Ainulindalë, Valaquenta, Quenta Silmarillion,

Akallabêth e Dos anéis de poder e da Terceira Era.

Ainulindalë nos conta da origem do mundo, de Eru Ilúvatar, o Um, a criação dos

Ainur e a música de criação do mundo. Valaquenta nos apresenta os Ainur no mundo

criado, as formas que assumem, a hierarquia dos Valar e dos Maiar. Já no Quenta

Silmarillion ficamos sabendo dos primeiros infortúnios dos Valar contra Melkor, o

nascimento dos elfos, e tudo o mais que acontece nas primeiras Eras do mundo,

incluindo a criação das Lâmpadas dos Valar, sua destruição, a criação das Árvores, sua

destruição, a criação das silmarils e todo o desenrolar das tragédias sofridas pelos

Noldor em Beleriand. Nesta parte também se encontram as histórias de Beren e

Lúthiem, Túrin e Gondolin, de forma resumida, e termina com a expulsão de Melkor do

mundo.

Na próxima parte, Akallabêth, temos a história do Reino de Númenor, mais

precisamente de sua queda e, na última parte, Dos anéis de poder e da Terceira Era,

temos alguns comentários sobre os acontecimentos de O Hobbit e O Senhor dos Anéis.

No final, temos genealogias das principais famílias humanas e élficas, e também uma

organização das raças élficas.

Óbvio que não vou dar nenhum spoiler aqui, mas digo para prepararem os

lencinhos e não se apegarem a nenhum personagem porque, olha... nunca vi tanta morte,

especialmente se tratando, na maioria, de seres imortais.

Espero que eu tenha animado vocês a lerem essa obra de arte. Tolkien, em algum

momento, considerou estar criando uma mitologia para a própria Inglaterra com O

Silmarillion e, embora ele ache estar sendo arrogante, podemos dizer que essas histórias


não deixam nada a dever aos mitos existentes. Então pegue um caderninho, uma caneta

e venha participar da leitura coletiva de O Silmarillion com o Clube Literário

Tolkieniano de Brasília. Garanto que você não vai se arrepender! Até a próxima!

 
 
 

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